Maria Do Rosário NunesA FEE “dá uma cara”, um perfil ao Rio Grande do Sul.
O governo Sartori deu mais um passo no que ele chamou de “modernização da estrutura do estado”. A apresentação das medidas que extinguem órgãos públicos e demitem servidores deu-se em clima de regozijo, com palmas de secretários e empresários. Não vemos motivo para aplausos, ao contrário. O governo tomou a decisão de reformar a estrutura do Estado retirando direitos de servidores, precarizando serviços para a população e jogando no lixo empresas, fundações e órgãos públicos que foram construídos a muito custo pelo nosso povo. Para provar, vamos analisar o caso da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE).
A FEE é a maior fonte de dados estatísticos sobre o Rio Grande do Sul. Dispõe de importante acervo de informações, pesquisas e documentos de natureza socioeconômica. A Fundação conta com uma equipe multidisciplinar para gerar conhecimento em temas de desenvolvimento econômico, social e institucional, com rigor de pesquisa e excelência na produção de estudos, análises, indicadores e índices, divulgados regularmente em publicações impressas e online. Ou seja, a FEE “dá uma cara”, um perfil ao Rio Grande do Sul. Na proposta apresentada pelo governo consta que serão mantidos 52 servidores estáveis para dar continuidade às pesquisas que hoje são realizadas pela FEE. Contudo, 24 desses servidores já estão inativos e os demais podem se aposentar a qualquer momento, sendo que nem todos são pesquisadores. Que continuidade é essa? Uma continuidade que resulta em desaparecimento da produção da FEE?
Saibam que a FEE é responsável pela produção de 25 indicadores e oito publicações regulares com séries históricas, metodologias e qualidade editorial. A Fundação presta assessoria para mais de 30 órgãos do Estado, em pelo menos 50 acordos de cooperação técnica. Hoje a FEE conta com 36 doutores e 93 mestres em diversas áreas do conhecimento. Desses 143 funcionários pós-graduados, pelo menos 100 seriam demitidos com a “modernização” do Governo Sartori.
A economia alegada pelo governo, que seria por volta de 18 milhões de reais anuais, não traduz a realidade, uma vez que esse valor desconsidera todos os projetos estratégicos desenvolvidos pela FEE e que custariam milhões se o Estado contratasse para a iniciativa privada. Pra se ter uma ideia, só o PGQP (Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade) já faturou, entre 2007 e 2014, R$ 23 milhões através de 14 convênios, a maioria com o Governo do Estado. Quanto custará, ao longo dos anos, as inúmeras consultorias necessárias à substituição dos órgãos que estão sendo extintos? Pior ainda, nas mãos de quem ficará a produção de dados que a FEE faz e orientam o planejamento público do RS?
Extinguir a FEE e demitir seus funcionários equivale a pôr fim a todos os trabalhos e pesquisas desenvolvidos. Representa o desmonte do sistema estatístico gaúcho e significa transformar o Rio Grande do Sul em um anônimo para seus gestores e cidadãos, extinguindo os serviços de excelência desenvolvidos pela Fundação. Está na hora do Governador repensar se este desmonte vale a pena. Temos certeza que não!
Veja quem defende a FEE
Estatísticas são um bem público
Entrevista com presidente do IBGE
A la Asamblea Legislativa del Estado de Rio Grande del Sur, Brasil
Al cerrar la Fundación se suprimirá de una vez un esfuerzo de más de 40 años y se limitará seriamente la capacidad de tomar decisiones futuras bien fundamentadas con datos y análisis realizados por profesionales En mi carácter de investigador de asuntos económicos de...
É incompreensível a proposta de extinção da FEE
Como testemunho da importância dos trabalhos prestados pela FEE, destaco a construção do Índice de Necessidade de Creches, que indica os percentuais de crianças de 0 a 3 anos a serem atendidas em creches nos Municípios do RS A situação econômica e fiscal do Rio Grande...
A Criança e a Água do Banho
Em primeiro lugar, a FEE produz algo que é essencial para qualquer governo: informações e pesquisa empírica. Em segundo lugar, esse serviço não pode ser adquirido em mercado.
O pacote e a permanência da FEE
A FEE, com um orçamento anual de R$ 38 milhões, representa 0,074% (74 centavos em cada R$ 1.000) do orçamento estadual. No programa de ajuste fiscal do Governo do Estado, deverão ser fechadas algumas fundações, entre elas a Fundação de Economia e Estatística (FEE), o...
Opinião: O pacote do Governo Sartori e o caso da FEE; por Aod Cunha
Sem a FEE não tenho dúvida que o Estado acabará contratando um número muito maior de consultorias privadas por um custo maior Eu estou do outro lado do mundo já faz algum tempo. E agora literalmente, na Ásia. E desde que sai do setor público, já faz 8 anos, tenho...
Em defesa da Fundação de Economia e Estatística
A biblioteca da FEE e suas publicações são essenciais para pesquisas sobre a economia e a história econômica do Rio Grande do Sul. Sua publicações sempre me foram utilíssimas e a biblioteca me traz ótimas memórias.
A FEE auxilia o setor público e privado na tomada de decisões
Extinguir uma instituição como a FEE é declarar a ruptura com a memória do passado e acabar com quaisquer condições de construir um planejamento para o futuro É muito difícil imaginar uma sociedade moderna, desenvolvida, sem o apoio da Pesquisa. Extinguir uma...
Defender a inteligência do Rio Grande do Sul
Nenhuma consultoria privada ou órgão público será capaz de produzir os dados que a FEE regularmente compila com alta qualidade; tanto é que costumam utilizar esses dados em seus trabalhos.
Extinguir a FEE seria inacreditável e uma política absolutamente equivocada
A FEE não apenas coleta, mantém e interpreta dados vitais da e para a economia local como também tem linhas muito promissoras de pesquisa e desenvolvimento sendo desenvolvidas que potencialmente têm significância internacional.
FEE: conhecimento acumulado e invejável capacidade analítica
Sem a FEE, os governos estaduais jamais teriam a capacidade de interpretar o Rio Grande do Sul e construir estratégias apropriadas para promover o crescimento e a prosperidade social. A sua continuidade é essencial, inclusive fortalecendo-a.
FEE: a importância de dispor de estatísticas públicas e estudos para desenvolvimento dos municípios e secretarias estaduais no Rio Grande do Sul
A FEE é uma dessas instituições de destaque na área das Estatísticas Públicas e Estudos Socioeconômicos no país, cumprindo papel de grande relevância para as secretariais estaduais e municípios do Rio Grande do Sul.
Um Argumento Insuspeito em Defesa da FEE
Em suma, estou convencido de que extinguir a FEE fará com que deixe de estar disponível a maior parte das informações e análises sobre a economia e a sociedade gaúchas por ela produzidas, às quais hoje têm acesso o governo, as empresas, os pesquisadores de outras instituições, a imprensa e a sociedade em geral.
A FEE é um legado inestimável
A FEE atende a objetivos amplos e plurais, que vão da tomada de decisão tanto por parte da administração pública, como do setor privado, além de fomentar a pesquisa acadêmica.
A FEE é uma instituição padrão no sistema estatístico nacional
A FEE é uma instituição padrão no sistema estatístico nacional. É um exemplo. É motivo de orgulho para o Estado do RS. A mera ideia de extingui-la é motivo de vergonha.
Sem a FEE o Rio Grande do Sul não teria o Pólo Petroquímico
O Polo Petroquímico do RS, implantado em Triunfo no início da década de 80, não foi iniciativa do setor privado! Foi idealizado, planejado, projetado e teve toda sua implementação acompanhada pela parceria pública BRDE/FEE.
A melhora da ação do Estado
Acredito que a extinção da FEE por parte do governo do Estado tende a prejudicar todo um processo de transparência das finanças públicas gaúchas e de maior efetividade da ação do Estado. A Fundação de Economia e Estatística - FEE ao longo dos anos veio aprimorando seu...
O conhecimento produzido pela FEE é fundamental e insubstituível
Os parcos recursos alocados para a FEE, com certeza não inflam o desequilíbrio das contas públicas do governo estadual, bem como o conhecimento e as informações sócio-econômicas produzidos pela FEE não podem ser substituídos por aqueles gerados por consultorias...
Façanha que não será modelo
A FEE é exemplo típico do oposto das críticas geralmente feitas ao setor público. É instituição que a cada governo só muda a direção, não tem CCs de fora nem é "cabide de emprego" As crises graves levam-nos a tomar medidas insensatas e impensadas, as quais depois da...
A FEE é um patrimônio do povo gaúcho
A extinção pura e simples da FEE representa um péssimo negócio para o Estado, na medida em que certamente terá que recriá-la mais adiante a um custo muito maior do que hoje