Os parcos recursos alocados para a FEE, com certeza não inflam o desequilíbrio das contas públicas do governo estadual, bem como o conhecimento e as informações sócio-econômicas produzidos pela FEE não podem ser substituídos por aqueles gerados por consultorias privadas.

Fernando Ferrari Filho

Economista e Professor Titular do Departamento de Economia, UFRGS

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) produz conhecimento e informações socioeconômicas que são fundamentais para que se entenda, pense e prospecte a economia do Rio Grande do Sul. Criada em 1973, a FEE, com suas publicações (Indicadores Econômicos-FEE, Ensaios FEE e Boletim de Conjuntura) e séries estatísticas (PIB Estadual, PED-RMPA, Indicadores de Produção – Comércio e Agronegócios, entre outros -, Indicadores Ambientais etc.), tem contribuído para que o setor privado tome suas decisões de investimento e os governos, tanto estaduais quanto municipais, planejem e executem suas políticas públicas visando o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul.

Enfim, se a FEE foi fundamental para o Estado ao longo de seus 43 anos, com certeza ela será fundamental para o futuro. Nesse sentido, causa surpresa a proposição do governador José Ivo Sartori em querer extinguir a FEE, alegando, por um lado, a necessidade de racionalização dos gastos públicos para mitigar a crise fiscal-financeira do Estado, e, por outro lado, que as atividades desenvolvidas pela FEE podem ser realizadas por consultorias privadas.

Os parcos recursos alocados para a FEE, com certeza não inflam o desequilíbrio das contas públicas do governo estadual, bem como o conhecimento e as informações sócio-econômicas produzidos pela FEE não podem ser substituídos por aqueles gerados por consultorias privadas. Diante deste contexto, esperamos que os parlamentares gaúchos, cientes da importância da FEE para o Estado, sejam responsáveis e racionais, não aprovando na Assembleia Legislativa a proposição de extinção dessa Instituição.

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