A FEE tem servido, a muito tempo, de esteio muito confiável para a elaboração de quase todas as Políticas Públicas (PP) do Rio Grande do Sul.

Carlos Honorato

professor na UFRGS, UFRGS

Diante de um problema complexo, como é o caso da solvência financeira do Estado, duas verdades precisam ser lembradas pelos gestores das políticas públicas. São elas: a) sempre é possível encontrar uma solução simples e quase óbvia para um problema complexo; e b) essa solução simples nunca dará certo! O José Ivo, diante do problema de custo de operação da máquina pública, maior do que as arrecadações dos diferentes impostos, taxas e demais penduricalhos oficiais, encontrou a solução fácil e quase óbvia de “vender as fundações”.

O pior de tudo é que ele, o nobre governador de todos os gaúchos, acha que com isso vai resolver o problema. Esquece, o José Ivo, que o problema é estrutural e que a tal “venda das fundações” vai causar um duplo problema: a) vai dar um alívio de, no máximo, um ano na caixa do tesouro, dando uma ilusão de que o problema está resolvido (e os políticos oportunistas vão ampliar a farsa da corrupção camuflada!); e b) o fechamento de algumas fundações vão criar um dano irreparável para o futuro do Estado e da sua gestão. Um exemplo é a fundação de Economia e Estatística (FEE).

A FEE tem servido, a muito tempo, de esteio muito confiável para a elaboração de quase todas as Políticas Públicas (PP) do Rio Grande do Sul. Sem a FEE, o governo vai comprometer fortemente sua “base de dados” e precisará, no futuro, desenhar as suas PPs em cima de dados não confiáveis e sem uma trajetória histórica consistente.

Entraremos na era da “achiologia” e os futuros gestores públicos precisarão ser videntes e possuir dotes metasensoriais. Não duvidem, que nos novos tempos da “achiologia”, onde as PPs serão avaliados segurando o rigoroso critério “eu acho que vai dar certo”, novos e antigos rituais substituirão as estatísticas históricas da FEE. Dizem, inclusive, que a imolação da animas de sangue quente serão usadas para a avaliação talmúdica da concordância divina. Nos oráculos do palácio do governo. Pitonisas, monges tibetanos, pagés, moiras, rainhas de sabá, argonauta, agamenons, medusas e perseus, cassandras, e mais outras figuras conhecidas serão chamadas para compor o corpo da secretaria de planejamento do rio grande do sul.

Apoiados cientificamente na achiologia quântica e orientados pelas figuras mais importantes da mitologia ocidental, os futuros governos do Rio Grande do Sul seguramente encontrarão as soluções fáceis e óbvias que garantirão o completo fracasso de todas PPs. Caminharemos triunfantes para a barbárie, pior do que o estado natural hobbesiano, pois os governantes do futuro não saberão o que é o passado (que a FEE insistentemente faz questão de preservar e analisar!).

Nossos futuros governantes fantasiados de achiólogos, farão grande grandes pagelanças para decidir o futuro dos nosso filhos e netos, que, como dito no início, acabarão em retumbantes fracassos. A honra do início do fim será sua, José Ivo. Nós, o pobre povo pobre, te saudamos como o grande Grigori Rasputin do século do século XXI das terras farroupilhas!

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