Sem a FEE, os governos estaduais jamais teriam a capacidade de interpretar o Rio Grande do Sul e construir estratégias apropriadas para promover o crescimento e a prosperidade social

Zander Navarro

sociólogo, ex-professor da UFRGS, é pesquisador senior da Embrapa, em Brasília.

Dede o final da década de 1970 fui beneficiário, como pesquisador e como professor, do imenso conhecimento acumulado e a invejável capacidade analítica da FEE.

São quarenta anos, durante os quais um pesquisador em temas sociais, um docente na maior universidade gaúcha e um cidadão, tenho tido esse privilégio, podendo ter acesso aos bancos de dados, à excelência das pesquisas realizadas e ao conjunto de informações sobre o Rio Grande do Sul. Como professor da UFRGS durante a maior parte desse período, meus colegas e a comunidade universitária foram igualmente beneficiados pelos inúmeros serviços de alta relevância científica oferecidos pela Fundação. Trata-se de instituição sem paralelo, no plano nacional, no que tange à sua gigantesca contribuição para conhecermos o Estado e suas facetas diversas, em diversos campos do conhecimento científico.

Sem a FEE, os governos estaduais jamais teriam a capacidade de interpretar o Rio Grande do Sul e construir estratégias apropriadas para promover o crescimento e a prosperidade social. A sua continuidade é essencial, inclusive fortalecendo-a. Desativá-la representará desatino governamental e político sem precedentes em nossa história institucional, com gravíssimas consequências para o futuro da ação governamental, sobretudo no Rio Grande do Sul. Mas os pesquisadores de outros estados, que precisam também interpretar o Brasil como um todo, incluindo a economia e a sociedade gaúchas, também perderão o acesso à melhor fonte de informações e análise disponível

Zander Navarrro (sociólogo, professor da UFRGS entre 1976 e 2011. Atualmente é pesquisador senior da Embrapa, em Brasília. Doutor em Sociologia (Inglaterra), foi professor na Universidade de Sussex (Inglaterra), entre os anos de 2003 e 2010)

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