Sem os índices, relatórios, estimativas e matrizes que a FEE produz periodicamente, seria virtualmente impossível realizar minimamente as atividades relacionadas à gestao pública do Estado

Billy Graeff

professor da Universidade Federal do Rio Grande, FURG

Meu nome é Billy Graeff, sou professor da Universidade Federal do Rio , realizo meus estudos de doutorado na Universidade de , na Inglaterra, onde também leciono. Meu objeto de pesquisa sido, nos últimos anos, a economia política dos megaeventos esportivos.

Tenho publicado mais especificamente sobre aspectos socioeconômicos dos implicados em sediar eventos como a Copa do Mundo de futebol e Olimpíadas. Considero importante registrar, frente ao momento dificultoso enfrenta a Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel
Heuser (FEE), do Estado do Rio Grande do Sul, sua importância para o da pesquisa no contexto do Estado. A FEE é já reconhecida prover elementos fundamentais para o entendimento da realidade no Estado do Rio Grande do Sul. Sem os índices, relatórios, estimativas e matrizes que a FEE produz periodicamente, seria virtualmente impossível realizar minimamente as atividades relacionadas à gestão pública do Estado,
assim como seria muito difícil levar em frente qualquer projeto relativamente complexo no Estado. Nenhuma nova fábrica, empresa ou outro tipo de negócio poderia ser aberto com margem segura de sucesso sem a base de conhecimento que a FEE provê! Em termos de pesquisa cientifica, o papel da FEE tem sido igualmente importante. Embora boa parte da pesquisa produzida no Estado seja associada às instituições federais de ensino superior localizadas no Estado, a FEE tem se revelado de fundamental importância no desenvolvimento de tais pesquisas.

Com base no conhecimento produzido pela FEE, diversos pesquisadores tem feito possível o avanço de teorias, a produção de novos conhecimentos e a complementação de dados para áreas específicas. Nada disso seria possível sem a contribuição da FEE. Na falta da FEE e das informações que ela produz, a pesquisa científica no Estado, sobretudo no campo das ciências sociais, estaria relegada a um atraso de muitos anos, senão de décadas. Por exemplo, com base em discussões realizadas no âmbito da FEE*, eu pude desenvolver pesquisas para avaliar áreas prioritárias no contexto da produção de megaeventos esportivos.

No caso específico, pesquisas, notas técnicas e relatórios da FEE contribuíram para a construção de uma ferramenta de pesquisa que, depois de aplicada, se mostrou deveras eficiente. Porém, talvez tão importante, tais elementos fizeram sentido por conta das especificidades relativas ao Estado. Adicionalmente, pode-se dizer que provavelmente tais elementos não tivessem sido levantados por nenhuma outra instituição, logo que as características peculiares atinentes ao desenvolvimento das atividades ligadas à realização da Copa do Mundo em
Porto Alegre não viessem a ser sua preocupação direta. Sem as contribuições da FEE para o entendimento do que viria a ser o impacto da Copa do Mundo no Estado, muito possivelmente não seria possível sequer avaliar vantagens e desvantagens em sediar ou não o evento. Por fim, diversos outros exemplos podem com certeza ser lembrados e relatados.

Entretanto, em meio à crise que se abate sobre o Estado, meramente considerar a ausência da FEE ou, ainda pior, imaginar seu fechamento, significa dificultar ainda mais um possível caminho do Estado para um futuro no qual os gaúchos possam viver dignamente.

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